Autor: joanadiz
Curando as feridas do coração…
Entramos no equinócio no signo de Balança, que nos traz o equilíbrio interno para as nossas vidas. A chegada do Outono mostra-nos as árvores desnudas e as folhas castanhas e amareladas que inundam as ruas de novas cores. Os dias tornam-se mais curtos, cinzentos e frios, tal como aquilo que sentimos aquando confrontamos os nossos medos, dores e sofrimentos do coração. Procuramos o fogo nas lareiras da nossas casas como quem procura a chama do Amor que nos aquece, ilumina e reconforta. Sentimos uma maior necessidade de alento e companhia, porque estar só ainda pode incomodar, criar desconforto ou resistência daquilo que não nos permitimos ver internamente.
Aqui nos é pedido o reequilíbrio de tudo quanto existe – o deixar cair as folhas emocionais para dar lugar a novas sementes, a novos frutos. O equilíbrio das duas partes, das duas balanças (masculino e feminino), para gerar a unificação dentro de nós e para com o todo.
Escutem as vozes da natureza que vos indicam sempre o caminho, ouçam o vosso coração que vos pede cura e transformação e estejam atentos e despertos, porque a vida sempre usa todas as formas possíveis para comunicar conosco.
Cada vez mais aprendo em soltar todas estas folhas que me ocupam espaço e de nada servem, cada vez mais vejo o novo espaço que permito criar dentro de mim para receber novas mudanças para a minha vida… e sim tudo isto é estranho. Uma estranheza que me faz sentir cada vez mais livre, que me diz que não há nada por que me preocupar, que me retorna a mim mesma.
Nesta curta e intensa viagem que fiz ao chacra do coração da Terra – Glastonbury – senti que não há um lugar ou espaço único para o Amor, pois ele está sempre presente em todos nós. Senti esta energia que nos une quando fui presenteada por uma meditação em Chalice Well, onde por trás de diferentes nacionalidades, rostos e géneros presentes, nos tornamos um só.
A vida ensina-me a amar sem julgamento, sem separação, sem medo… e sim, hoje aprecio todas as estações, o frio e o quente, a chuva e o sol, o belo e o feio e entendo que a fonte de tudo é a mesma.
25-09-2017
Da Confiança à Aceitação
Quando aprendemos a Confiar (1ºchacra), nos abrimos ao Sentir (2º chacra) pela Aceitação de nós mesmos.
Quando temos Medo, tendemos a controlar tudo ao nosso redor, surgindo a Culpa por não termos feito diferente ou melhor.
Por muito tempo, acreditei que ser insegura, ter medos ou ‘falhar’ eram sinais de fraqueza. Hoje compreendo que quando me abro à vulnerabilidade do Sentir, aceitando a mim mesma e à Vida como uma experiência natural e impermanente, me torno cada vez mais forte e confiante.
Reconhecermos as nossas emoções é sinal de Força e Confiança, ao invés do ego que tudo quer camuflar e julgar as nossas experiências como “sucessos” e “fracassos”, como “mais” ou “menos”, como “melhor” ou “pior” que o outro.
Não existe perfeição nas nossas vidas, não existe perfeição em todos os nossos atos, não existe perfeição nos nossos relacionamentos, porque tudo é movimento e belo ao mesmo tempo!
Está tudo bem quando me sinto feliz como está tudo bem quando me sinto triste, está tudo bem quando me permito mudar como está tudo bem quando ainda não o consigo fazer.
Entendem agora a paz que esta atitude vos pode trazer?
Os Espelhos nos Relacionamentos
A ‘boa parte’ que não nos permitimos ver e reconhecer em nós, a Vida encarrega-se de nos mostrar… e chegamos à inevitável conclusão de que aquilo que eu vejo no outro é aquilo que eu sou.
Porque é que nos Desiludimos?
A desilusão surge quando criamos uma expectativa sobre algo e ela não é correspondida… porque a nossa mente vive grande parte do tempo projetada num futuro que gostaríamos de ter.
Chacra Raíz
A natureza dá-nos todas as respostas e as qualidades dos seus elementos, como a Terra, podem ser desenvolvidos em nós: a fertilidade, a prosperidade, a manifestação… Assim o que está fora é o que está dentro e o que está dentro é o que está fora: a inevitável interdependência entre o Eu e o seu exterior.
O Contraste de Mim
Quando comecei a aprender a ser observadora dos meus próprios pensamentos através da meditação, percebi o quanto nos exigimos e julgamos a todo o momento… e mais tarde pude constatar o mesmo na maioria das pessoas, até aquelas que se apresentam tão confiantes e seguras de si.
Quantas vezes é este o nosso diálogo interno evidenciado:
Porque é que eu ainda não consegui ultrapassar isto?
Já não era suposto eu ser assim!
Porque é que eu não consigo ser como os outros?
Não sei o que se passa comigo, devo ter algum problema.
Estou cansada disto…
Em verdade vos digo: já existe muito contraste lá fora para continuarmos a alimentá-lo dentro das nossas próprias mentes.
Não somos perfeitos e não temos que estar no local da perfeição e a ser a pessoa perfeita a comportar-se da forma mais perfeita. Não tem de ser assim, a menos que permitamos que assim seja. Cada um de nós tem o seu tempo e se não o respeitarmos, só vamos estar a bloquear e a resistir ao nosso contraste.
Quando reconhecemos o nosso contraste como parte da nossa evolução, aceitamos e libertamos que tudo tem o seu momento para Ser.
Há partes de mim que gostaria de ver melhoradas, aprimoradas, mas aprendi a amá-las tal como elas são no Agora, sem querer que sejam diferentes. Eu amo os meus momentos de dúvida, as minhas mágoas passadas, o meu não perdão, os meus instantes de revolta. E é esta atitude que me abre o caminho para que sejam criadas todas as condições de transformação destes contrastes de mim.
Não há culpa, não há vergonha, não há vitimização, não há o que era suposto ser – há Reconhecimento, há Liberdade, há Expressão… que sempre culminarão neste espaço interno que nos une a todos – Amor.
O sentimento da rejeição
Muitos de nós já sentiram esta sensação de abandono, de rejeição, que inevitavelmente é percecionada como uma falta de reconhecimento e valorização dos outros perante nós mesmos.
Porque esperamos que o outro nos valorize, sofremos. Porque criamos expectativas, sofremos. Porque queremos que o outro mude para colmatar a nossa carência, sofremos. Porque a nossa mente está mais focada no comportamento do outro do que em nós próprios, sofremos.
E no meio de tudo isto, criamos uma teia de vínculos dependentes em que exigimos mais dos outros, cobrando a todo o custo na incessante esperança de obter todo o amor e atenção que não temos gerado internamente pelo nosso verdadeiro Eu.
Emerge a vitimização pelo desespero de não recebermos o que gostaríamos, pela desresponsabilização, pelo não merecimento. Consideramos a injustiça e a revolta!
Porquê é que me fizeram isto?
Como é que é possível não verem o que é tão evidente?
Porque é que ninguém me liga?
Porque é que me sinto tão sozinho?
Como é que não têm respeito por mim quando eu faço de tudo?
A todos vocês, vos pergunto:
O que é que têm feito por vocês mesmos?
Quantas vezes param para observar o vosso próprio comportamento?
Em que momentos se ‘ligam’ ao vosso Eu?
Onde está o Amor próprio que não dá lugar à solidão?
Onde está o respeito por vocês mesmos?
As questões por si só vos dão as respostas que necessitam. Não tenham receio de encararem a vossa sombra. É através dela que se dá a verdadeira libertação. Dêem-lhe a mão e ela render-se-á.
Aprendam a nutrir este Amor interno, esta força inabalável que jamais dá lugar a sentimentos como estes de rejeição ou vitimização. Não precisam de se comparar a ninguém, pois cada um tem o seu próprio caminho e consciência que não cabe a nós julgar. Sejam felizes, relaxem e a vida vos irá sempre espelhar quem vocês estão a Ser.
Cessem esta busca fora – o tesouro está dentro de cada um de nós e ele é inesgotável.