O Contraste de Mim

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Quando comecei a aprender a ser observadora dos meus próprios pensamentos através da meditação, percebi o quanto nos exigimos e julgamos a todo o momento… e mais tarde pude constatar o mesmo na maioria das pessoas, até aquelas que se apresentam tão confiantes e seguras de si.

Quantas vezes é este o nosso diálogo interno evidenciado:

Porque é que eu ainda não consegui ultrapassar isto?
Já não era suposto eu ser assim!
Porque é que eu não consigo ser como os outros?
Não sei o que se passa comigo, devo ter algum problema.
Estou cansada disto…

Em verdade vos digo: já existe muito contraste lá fora para continuarmos a alimentá-lo dentro das nossas próprias mentes.

Não somos perfeitos e não temos que estar no local da perfeição e a ser a pessoa perfeita a comportar-se da forma mais perfeita. Não tem de ser assim, a menos que permitamos que assim seja. Cada um de nós tem o seu tempo e se não o respeitarmos, só vamos estar a bloquear e a resistir ao nosso contraste.

Quando reconhecemos o nosso contraste como parte da nossa evolução, aceitamos e libertamos que tudo tem o seu momento para Ser.

Há partes de mim que gostaria de ver melhoradas, aprimoradas, mas aprendi a amá-las tal como elas são no Agora, sem querer que sejam diferentes. Eu amo os meus momentos de dúvida, as minhas mágoas passadas, o meu não perdão, os meus instantes de revolta. E é esta atitude que me abre o caminho para que sejam criadas todas as condições de transformação destes contrastes de mim.

Não há culpa, não há vergonha, não há vitimização, não há o que era suposto ser – há Reconhecimento, há Liberdade, há Expressão… que sempre culminarão neste espaço interno que nos une a todos – Amor.